Academia Campomaiorense de Ciências, Artes e Letras

Dom Abel Alonso Nunes

Cadeira 30 - Patrono

Dom Abel Alonso Nuñez é patrono da cadeira n° 30 da Academia Campomaiorense de Artes e Letras - ACALE. Figura de destaque não só na cultura ou religião, mas em todas as áreas de atuação possíveis, no que pudesse beneficiar a vida do nosso povo.

Nascido na cidade de Ventas de La Barreiras na Espanha em 14 de junho de 1921; trilhou um longo caminho de estudos e conquistas, como membro atuante da igreja de sua terra.

Foi designado e nomeado, pelo Papa Paulo VI, 1° Bispo Diocesano da recém-criada Diocese de Campo Maior. Tomou posse no dia 12 de junho de 1976, onde desenvolveu um trabalho pastoral tão intenso, que marcou a sua presença no coração de todos, principalmente no dos mais pobres.

Sua empatia com os compomaiorenses foi tão grande que logo se sentiu à vontade para demonstrá-la, medida pela amizade e grandeza do seu desprendimento, expresso na sua atuação em todas as áreas: cultural, religiosa, educacional, saúde e, mais que tudo, área social. Foi este o foco do seu trabalho, voltado para os carentes e excluídos.

Contando com grande infraestrutura financeira proveniente da Europa em forma de doações e colaboração de: padres, leigos, religiosas, D. Abel, investiu em obras de catequese e nos trabalhos envolvendo ação social. Foi então, que construiu vilas, escolas, creches, onde eram acolhidas crianças abandonadas pelos pais ou pelo mundo, onde recebiam além de educação, assistência médica, dentária, alimentação, orientação espiritual e tudo que pudesse promovê-las integralmente.

Na área da saúde, providenciou equipe de especialistas para o combate à tuberculose e, principalmente, à hanseníase e ao preconceito que fazia dos portadores pessoas segregadas, alijadas do convívio familiar e social.

A inclusão destes, com informações esclarecedoras sobre a forma de contágio, foi uma conquista que trouxe felicidade para todos.

O que culminou a sua entrega incondicional aos desamparados, foi a demonstração da sua maior façanha. Vencer a difícil e íngreme escalada até chegar a uma civilização primitiva, situada entre taperas e cavernas, isolada do município mais próximo, composta de 600 habitantes negros, que amargavam sua existência. Para lá ele direcionou recursos, fundando escolas, moradias, poços e estrada. Promovendo a inclusão destes em nosso mundo.

Certa vez, em depoimento a respeito de sua permanência aqui e do amor dedicado à nossa terra que adotou como sua, disse:

"Aqui em Campo Maior, todos gostam de mim. Este é o meu povo e aqui está o meu rebanho. Cheguei há 35 anos e lá só conheço a minha família. Então, é aqui que o povo me quer, é aqui que vou morrer.

Também não tenho nada. Tudo é da Diocese. Nem mesmo a camisa em que estou vestido é minha"

E foi assim que viveu e morreu em nosso meio este ilustre Pastor, registrando o seu nome na história de Campo Maior.

A Academia Campomaiorense foi fundada no dia 26 de novembro de 2003. Incialmente era composta apenas de Escritores, não demorou muito abriu-se espaço para os Artistas, e recentemente, agregou-se os Cientistas, formando assim a tríade do conhecimento humano.