Cadeira 12 - Patrono
José Ribamar Lopes, nasceu na localidade Matinhos, município de Campo Maior em 19/agosto/1927 e faleceu em 02/fevereiro/1982. Filho de João Eduvirges Lopes e Inês Ozório Lopes. Ribamar faz parte de uma prole de 9 (nove) irmãos. Casado com Dona Guiomar Martins Lopes com as qual teve 03 (três) filhos, José Ribamar, Aliomar e Afonso.
Despertado para adquirir outros conhecimentos, não desprezando a vida do campo, Ribamar tomou o rumo da capital, Teresina, depois Fortaleza e Rio de Janeiro, onde estudou na Universidade Rural. Não satisfeito seguiu para Belém - Pará, onde residiu por alguns anos. Graduou-se em Jornalismo, com atuação em vários Jornais daquela capital. Não satisfeito mudou-se para Brasília, onde concluiu Bacharelado em Direito, instalando um escritório de advocacia de destaque no centro da capital, casando-se e constituindo família.
José de Ribamar Lopes sempre lutou em defesa do homem do campo, participando ativamente do movimento de Ligas Camponesas, no movimento Sindical e no movimento político-partidário. Sua vida foi uma batalha pela classe, sofrendo bastante nesse seu propósito. Nunca chegou a reunir cabedais, pois nessa labuta, gastava praticamente todos os seus recursos.
Fundador do Partido dos Trabalhadores - PT no Piauí foi candidato ao Governo do Estado, enfrentando na época poderosos e bem organizados grupos oligárquicos, não conseguindo a vitória. Mas foi um começo.
Homem culto, na prática e na teoria, Ribamar fez grandes amizades por onde passou. Teve o privilégio de encaminhar muitos jovens aos centros mais adiantados para darem prosseguimentos aos estudos.
O poeta Cunha Neto e Ribamar Lopes são contemporâneos; estudarem na mesma escola rural, como também enfrentaram a vida pelo Brasil afora na busca de mais estudos e trabalho; compadres de filhos (por duas vezes) e teve a grande honra de ser o primeiro ocupante da cadeira n° 12 da Academia Campomaiorense de Artes e Letras - ACALE, e para a qual escolheu José Ribamar Lopes, por merecimento, como o patrono.
Cunha Neto, com grande honra, após o falecimento do seu amigo e compadre, compadecido por um lado, mas feliz por entender que seu amigo construiu uma grande e iluminada estrada, escreveu em sua homenagem o "cordel": "Saudosa Memória de Ribamar Lopes - Ligeiro Retrospecto de Sua Vida". Na sequência algumas estrofes:
Aqui eu quero fazer
Uma ligeira observação:
Fomos compadres duas vezes
Amigos do coração
E bons colegas de aula
Numa escola do Sertão.
Adeus velho companheiro
Dos Matinhos do sertão
Das noites enluaradas
Das fogueiras de São João
Amigo do Lavrador
Da roça e da plantação.
Amigo das horas certas
Da tristeza e da alegria
Amigo da vaquejada
Das caçadas e pescaria
Amigo dos passarinhos
Que cantam ao raiar do dia...
Adeus meu velho compadre
Meu amigo, meu irmão
Peço que reze por nós
Em sua nova mansão
E um dia lá estaremos
Para lhe apertar a mão...