Cadeira 27 - Patrono
Filho de Luís Augusto da Paz e Maria Olinda do Monte Paz (Dona Cota), tendo herdado dos pais a simplicidade e a honradez que sempre lhe marcaram os passos. Nascido em Campo Maior a 4 de setembro de 1912, ao longo dos seus quase 65 anos, de onde jamais se afastou, sempre e desde muito novo, servindo à terra berço. Nos muitos postos que ocupou, uma preocupação maior o motivava: a de ser útil, sobretudo, aos mais necessitados.
Em 1937, casou-se com Dona Ana Maria de Araújo Paz, sua prima, senhora cujas indiscutíveis qualidades morais e espirituais se aliaram à gama de qualidades positivas do dedicado esposo, de tal forma a premiar o casal com oito ilustres filhos, conhecidos e amigos de todos nós, retrato fiel dos pais extremosos:. Luís Augusto da Paz, José Neville Paz, Francisco Olímpio da Paz, Antônio Afonso Paz, José Olímpio da Paz Filho, Maria do Rosário de Pompéia Paz de Oliveira, Maria dos Humildes Paz Vasconcelos e Maria de Fátima Paz Bezerra.
Foi tabelião de renome, sendo titular do cartório do 2° ofício e oficial do cartório do registro civil - papel que desempenhou com espírito humanitário e solidário. Não cobrava as taxas cartoriais referentes a registro de nascimento e nem de casamento de filhos de pessoas humildes, e como forma de agradecimento, os pais entregavam seus filhos para serem seus afilhados, advindo daí uma estatística de mais de 3.000 afilhados. Também só cobrava de pessoas de posses a metade do custo dos documentos.
Exerceu as funções por quase quatro décadas, prestando os mais relevantes serviços à causa da justiça. Mesmo aposentado, sua presença no Fórum era permanentemente sentida, orientando, respondendo às consultas dos menos experientes, enfim, sendo útil, com o único e exclusivo interesse de ajudar.
Sua carreira política também foi dirigida aos mais pobres e carentes, tendo como lema uma frase de sua autoria "os pobres serão mais fortes e os ricos menos poderosos". Sua política, como ele dizia, era emanada do povo, para o povo e pelo povo. Foi prefeito no período de 1959 a 1962.
Uma particularidade é importante ser ressaltada: como pobre, que sempre foi materialmente, assim recebeu a prefeitura, de lá saindo, quatro anos depois, ainda mais pobre. Depois foi eleito deputado estadual por duas vezes onde representou Campo Maior e o Piauí na Assembleia Legislativa. Sempre esteve atento, advogando os legítimos interesses dos seus representados; e novamente eleito prefeito no pleito realizado em 15 de novembro de 1976, onde haveria de receber - pela última vez - a consagração do eleitorado campomaiorense, que o fazia voltar à chefia da administração municipal. Com pouco mais de dois meses de atividades à frente do executivo local, José Olympio dava andamento ao cumprimento das metas previamente traçadas, quando teve o seu trabalho bruscamente interrompido pelo seu falecimento, em 14 de abril de 1977. Certamente - o mais prestigioso líder político do estado, em termos municipalistas, caso ímpar, José Olympio da Paz não tinha, sequer, um inimigo, mesmo na área política era querido e respeitado pelos eventuais adversários.
José Olímpio era um autodidata e como tal foi rábula, advogando tanto em Campo Maior como nas cidades vizinhas, onde deu uma grande contribuição à sua cidade e ao seu povo. Era um homem do povo, humilde e lutava pela melhoria de vida das pessoas mais necessitadas, não medindo esforços para trabalhar pelo seu povo.
Fez muito pela educação de Campo Maior, ajudando os mais pobres com bolsas de estudos, incentivando e criando mais oportunidades de escolas para o município, como também pela saúde, oportunizando atendimento médico e acesso aos medicamentos.
Sua vida particular, de igual forma, foi um exemplo de dignidade, esposo dedicado e pai amoroso. Em nenhuma oportunidade faltou com os seus deveres e responsabilidades. Deixou à esposa, aos filhos e netos a maior herança que se pode desejar: exemplo de bondade, de amor, de fraternidade, bagagem que sempre portou na sua constante marcha pelo caminho do bem, da verdade e da justiça.
(Fonte: Família Paz)